O conhecimento bancário é essencial para compreender a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e a função do Banco Central do Brasil (Bacen). O Bacen é o executor das políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o órgão fiscalizador do SFN.
É responsável pela aplicação de penalidades na intervenção e na liquidação extrajudicial de instituições financeiras, pela gestão do SFN ao expedir normas e autorizações e promover o controle das instituições financeiras, pela execução da política monetária e pelo gerenciamento das reservas internacionais do país.
Funções do Bacen
O Bacen tem várias funções no âmbito do SFN. Entre elas estão a emissão de moeda e a execução dos serviços de meio circulante, a formulação, execução e acompanhamento das políticas cambial, monetária e creditícia, a formulação, execução e acompanhamento da política de relações financeiras com o exterior, o recebimento de depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e concessão de crédito a eles, e o depósito das reservas internacionais do país.
Política cambial
A política cambial é uma das funções mais importantes do Bacen. A taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira, como o dólar, por exemplo. Uma elevação da taxa de câmbio representa uma desvalorização da moeda nacional, enquanto uma queda da taxa de câmbio representa uma valorização.
As mudanças na taxa de câmbio têm implicações significativas sobre as transações entre residentes e não-residentes e, consequentemente, sobre o balanço de pagamentos. Uma desvalorização cambial tende a desestimular as importações e estimular as exportações, pois encarece os bens importados e aumenta a renda dos exportadores. No mercado externo, a desvalorização cambial torna mais baratos os bens que o país exporta.
Regimes cambiais
Existem três regimes para o mercado cambial: o regime de câmbio flutuante, o regime de câmbio fixo e o regime misto. No regime de câmbio flutuante, a taxa de câmbio oscila livremente para garantir o equilíbrio do mercado, isto é, o equilíbrio entre oferta e demanda por moeda estrangeira. A oferta é determinada pelos exportadores e pelos demais residentes que recebem renda e outros recursos de não residentes, enquanto a demanda é exercida pelos importadores e pelos residentes que transferem renda e demais recursos para o resto do mundo.
Quando a taxa real de câmbio é alta, a quantidade de moeda estrangeira procurada é menor, pois significa que os bens e serviços importados estão caros em moeda doméstica. Atualmente, a maioria dos países adota o regime misto, onde a taxa de câmbio pode variar dentro de um limite mínimo e máximo, determinados pelo Banco Central. Caso a taxa atinja qualquer um desses limites, o Banco Central intervém no mercado, comprando ou vendendo moeda estrangeira.
Política Monetária
A política monetária é a ação do Banco Central para controlar a oferta de moeda e manter a estabilidade da economia.
O principal instrumento da política monetária é a taxa de juros básica da economia, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), uma das instâncias do Banco Central responsável pela formulação e implementação da política monetária.
A taxa de juros é utilizada para controlar a inflação e estimular ou desestimular a economia.
Quando a inflação está alta, o Banco Central aumenta a taxa de juros para encarecer o crédito e desestimular o consumo, reduzindo assim a demanda por bens e serviços e a pressão inflacionária.
Por outro lado, quando a economia está em recessão, o Banco Central pode reduzir a taxa de juros para estimular o consumo e os investimentos, aumentando assim a demanda agregada e a atividade econômica.
A política monetária pode ser classificada em dois tipos:
- Política monetária expansionista: quando o objetivo é estimular a economia, o Banco Central reduz a taxa de juros e aumenta a oferta de moeda, tornando o crédito mais barato e estimulando o consumo e os investimentos.
- Política monetária contracionista: quando o objetivo é controlar a inflação, o Banco Central aumenta a taxa de juros e reduz a oferta de moeda, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo e os investimentos.
Conclusão
O Banco Central do Brasil é peça fundamental na estrutura do Sistema Financeiro Nacional, tendo como principais funções a execução das políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional, a supervisão e regulamentação das instituições financeiras, a gestão da política monetária e cambial, entre outras.
A compreensão das funções e atribuições do Banco Central é importante tanto para os profissionais do mercado financeiro quanto para os cidadãos em geral, já que as políticas monetárias e cambiais afetam diretamente a economia do país e o poder de compra da população.
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